Mais um dia começa na Campus. E esta é a imagem que ficou depois da agitadíssima noite. Após o café da manhã e uma volta pela arena, parecia que a galera estava começando a ficar sem forças. Parecia. Aos poucos a campus foi despertando e em poucos minutos as mesas estavam cheias de vida novamente.
A primeira palestra da manhã foi sobre o desenvolvimento de jogos para para mobile e pc com a tecnologia Unity. Para mim foi a palestra mais surpreendente até o momento pois fez com que eu rompesse a impressão de que o desenvolvimento de jogos era algo inalcançável. Em uma apresentação de apenas uma hora a meia o palestrante Thiago Bertoni criou um jogo completo no estilo shooter. O Unity mostrou ser muito simples e prático, além de gerar a aplicação para diversas plataformas.
Em seguida ainda no palco Desenvolvimento foi a vez de Wagner Palombo e Diego Araújo falaram sobre o desenvolvimento de aplicações nativas para iOS e Android utilizando tecnologia WEB. Apresentaram a plataforma Titanium que traz como meta o desenvolvimento rápido para as plataformas mobile apenas com programação web. A apresentação serviu para reforçar a minha teoria de que ainda não temos uma ferramenta madura o suficiente para nos permitir abstrair as linguagens nativas, visto a peculiaridade de cada uma. Os frameworks ajudam em muito os desenvolvedores, mas use com moderação.
Após um almoço rápido com Leonardo Meucci, companheiro de tecnologia na Telefonica Vivo foi a vez da primeira palestra do palco principal do dia. O convidado foi Kul Wadhwa, diretor da Wikimedia Foundation, cujo trabalho é divulgar o acesso livre à informação e cultura através da Wikipedia, a maior enciclopedia digital colaborativa da atualidade. Kul realiza um incrível trabalho de defender o livre acesso à informação, além de levar projetos para melhorar a usabilidade e potencializar o uso da ferramenta. Entre muitos temas, Kul destacou a importância do Brasil para a wikipedia (não apenas por ser casado com uma brasileira) como mercado modelo para o negócio da fundação, e inspirados em nosso país a wikimedia prepara a plataforma ayoudo que tem como objetivo permitir a ajuda coletiva com as mais diversas tarefas. Por fim Kul destacou a importancia das comunidades e das pessoas para resolveram os problemas da sociedade, citando o exemplo do blackout contra a lei SOPA, que fez com que a mesma fosse negada.
O começo da tarde foi marcada pela galera da Telefonica aqui na Campus Party. Maite Oliveira, WIlton Pereira e Izabel Nunes se juntaram a Leonardo Meucci e o campuseiro aqui para nos divertimos um pouco. Usamos e abusamos da área de games e simuladores!
Voltando ao mundo dos programadores, foi a vez da apresentação do sistema mobile que faltava: Windows Phone. A apresentação foi realizada pelo Bruno Sonnino, consultor Microsoft, e demonstrou como é simples e fácil desenvolver para Windows Phone 7. O sistema contém os mesmos controles já utilizados nas demais plataformas, além de outras funcionalidades muito interessantes que foram implementadas. Uma ótima notícia é a possibilidade de utilizar componentes criados no Silverlight com o windows phone. E como não podia ser diferente, o VIsual Studio demonstrou ser uma arma enorme na batalha dos sistemas operacionais.
A palestra principal da noite foi uma verdadeira lição de vida. No palco Ricardo Oliveira, que nasceu com uma doença neurológica que atrofia a medula espinhal e causa fraqueza nos músculos. Mas a doença não foi impeditivo para que ele pudesse alcançar seus objetivos. Com professores que vão até a sua casa alguns dias na semana e principalmente com a ajuda do pai que com um carrinho de mão leva Ricardo para fora de casa em Várzea Alegre, interior do Ceará, já que a rua de terra cheia de buracos não permite que se locomova com sua cadeira de rodas. Com todo esse esforço, Ricardo é atualmente quatro vez consecutivas campeão da olimpíada brasileira de matemática das escolas públicas. Realmente uma grande lição de vida e de superação. Dividindo o palco principal, Alex Bellos, jornalista e matemático inglês que viveu por 5 anos no Rio de Janeiro como correspondente para um jornal inglês mostrou a todos o impressionante mundo dos números, desde sua origem, passando pela Índia e a criação do número zero até as incríveis escolas de ábaco no Japão, onde crianças são capazes de fazer dezenas de cálculos em poucos minutos apenas olhando para os números.
O fim da Campus está cada vez mais próximo mas não se desesperem. Ainda tem muita água pra rolar!
Deixo aqui o vídeo da matéria do fantástico com Ricardo Oliveira, único palestrante da campus a ser aplaudido de pé!